Na Pingueira

 

Da calha à gota arteira
Da garoa fina ao canteiro faz festa
Do vazamento da bica à solidão do pingo d'água.
No chuveiro o conforto do corpo
 
Da vida de sereno que deixei lá fora
Da vasilha pobre das ruas
Da bacia rasa e cansada que quase transborda
Da vida triste e esquecida,
que ainda acredita nas pingueira dos olhos.
 
Da moça que chora sua perda
Da agonia de um amor que quase derrama
Do jeito dos pingos salgados
Do suor alastrado depois da cama

Da esperança chorosa, vã contida.
Do brilho da lágrima que pega,
nas mandingas dos namorados
 
Do pranto eterno e solitário dos verdadeiros apaixonados...


Marcos Milhazes

 

 
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