Saudações manos escrevedores

 

Como nossa terrinha é uma interjeição, procurei

dar os principais destaques dela.

Senão, ao invés desse poema já enorme, acabaria

 virando um livro, rsss

Espero que gostem, mas que o Rio é demais.

Isso é!

 

 

Meu Rio de Janeiro

Raras libélulas faceiras.
Trejeitos e truques de ocultar-se em casulos
da suas aladas asas prometidas em fases
espargidas passeias nos meus canteiros.
Tange e pinta aquele véu de seda
Nas secretas cores sem entrar em pânico.
Moro na floresta da Tijuca e Jardim Botânico
 
Registrada em certidão de hieróglifos
Renascidas da outra, como a pérola e a ostra
Residentes em mares de águas cristalinas,
azuis ou verdes que pela manhã de labuta me
chantageia e seu vento me abana...
Sou a Restinga, Prainha, Recreio, Barra, São Conrado,
Ipanema, Leblon, Leme e Copacabana

Da pálida luz  e sombria
A lua vadia jazia deveras só por momentos
Como uma estante lotadas de livros jamais lidos
Como músicas clássicas nunca apreciadas.
Jogo meu samba de malandro nas calçadas
Porém todos falam em forma de letras cravadas
Sou a velha Lapa!
 
Saudades reclusas e dons esquecidos,
Chamados de versos, estrofes, citação ou poemas
Formas ultrapassadas e quase extintas
Na visão de um lírico futuro com jeito de passado
Sou a velha "Academia de Letras"

Por Deus, não se ofendas, apenas me entendas!
E eu  estou preste ao vazio da mente
Vou ser jubilado da hierarquia literária
Por favor, me lavras antes que me faltem as palavras...
Eu sou o velho poeta das praças
 
Não abro mão da minha vaidade
Como um coração de mãe coerente
Carrego no meu ventre todo o tipo de gente
Ao lado da Vila Isabel de Martinho e Noel.
Toco meu samba na manha e não poderia ser diferente
Dou nó em pingo d água e tiro fácil nó de lã
Com licença pessoal, sou o maior do mundo
Me chamo Maracanã
 
Meu irmão, sou suburbano de gente modesta,
de moradores de favela, chamado pelos ricaços de bandidos.
Antes, dê uma olhada no espelho e na sua classe requintada.
Quem sabe!
Até poderia se achar uma agulha no palheiro!
E perceber, quem tem raiz traça seu próprio destino
Com licença gente boa, sou cria de Quintino
 
Respeitosamente peço licença a todos
Lá do alto, o abraço do meu Cristo Redentor
Com orgulho puxo a cadeira , sento e  digo.
Mas não me fales que nunca fui um cara maneiro.
Modestamente, nem por tudo isso deixo de ser
Flamengo, catimbeiro, fiel  a São Jorge, carioca da gema
e também filho do meu Rio de Janeiro
 
Marcos Milhazes***

 

  

Midi: Menino do Rio

Caetano Veloso

 

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