dêem-me exéquias
Angélica T. Almstadter

não me basta essa cova rasa
estreita e tão habilmente aberta...
esse aperto sisudo de espera
não me assiste nesse trago
porque o que te parece ousadia
é anarquia dentro de casa
e porta afora descaso
fracasso ambulante
trajado de filosofia barata
não busco elos
não quero versos paralelos
quero a laje tumular
fria, tal qual o tolo pediria
numa insana prece...

não me basta o eco romântico,
há uma dimensão incontida
no meu canto tântrico
sinto varado como fome
o vazio que me consome
na carne a febre que me gasta
sutil como o laço que se desata
escorre tão lento quanto me afasta
cobre minha boca gelada
entreaberta na palidez do calafrio
estatelada no chão e no teto
dane-se parecer com o velho perfil
dos novos desregrados
pobres ululantes deserdados
baixa a terra sem afeto
esquecido, caro Prometeu
tal qual aqui viveu...

Midi - Era Ameno - Eric Levi
 
 
Voltar Casa dos Amigos

Clique aqui

Livro de Visitas

Deixe aqui o seu chamego.
Marcos Milhazes agradece
 
 
 
 

Art-Formatação-Edna Liany 

Protegido pela Lei 9.610 de 19-02-98-art.184
do Código penal em prol dos Direitos Autorais