Corpo Fechado

Nasci em berço pobre
De faladô nobre
Vindo nos braços de Oyá e Ogum
Da parteira caseira
Do cordão cortado na Gilette
Salve!

Batizado na cachoeira do Cruzeiro
De branco no colo de mainha
Onde mora o povo da claridade
Humilde no ato e certeiro no fato
Salve!

Da festa de marafa e farelo
Servidos em alguidá amarelo
Pras falanges do bem
E doce pras crianças do mato
Salve!

Na fé, minha verdade
Minha casa é toda a eternidade
Na poeira da pemba fui lacrado
Pela mainha, o meu corpo fechado
Pelas mãos do poderoso, abençoado
Salve!!!

Marcos Milhazes***
In Memoriam - Mainha Elza Milhazes***
Midi - Ameno - Eric Levi
 
Imagem - Google - Arte e Montagem de Edna Liany
 
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