A Noite, Sendo...

 
Sendo a vida que destila nas noites de mim e me embriaga em doses de amor
O amor  sendo de mais derrama do cálice o excesso  e anestesia meu coração
Sendo o baile perfumado da vida que me faz oferenda do meu lenço à dama
Engraçado, ainda nem sei seu nome
A interrogação, o desafio da esfinge de extirpar segredos daquela noite clara
Sendo o  não e não o fim,  também escurece os olhos dos isentos que nunca percebem
Assim sendo, minha vida continua célere aos quatro cantos dos ventos
Sendo assim então, nada muda no semeio da muda que germinou do bico de uma cambaxirra
Sendo assim, fez-se a grande sombra da goiabeira cheirosa e acolhe-me em tempos quentes
E quando o branco do dia encarde nas cordilheiras e pousa suave nas árvores
Assim sendo, a brisa mole, fresca e macia me abana com seus galhos
Sendo o aviso a todos, que é hora do descanso do corpo e alma
Sendo assim, hora do cochilo do neném e sua amada mulher
Assim sendo, a vida se confirma através dos tempos, através dos pequenos
E continua, assim sendo:
O dia nasce para a vida
A tarde anuncia a morte do dia
O dia ratifica a vida da noite
E faz-se os segredos dos mortais sempre a meia luz
Onde o escuro disfarça seu rosto, pois o dito da rua diz:
Todos os gatos a noite são pardos
E replico:
Nem todos, pois pessoas cegas enxergam mas no escuro de suas vidas
E os tantos com a visão dos olhos nada conseguem ver, além de seus propósitos
E para toda a magia da existência será mais um dia que se vai
E que mais um dia escurecendo.
Sendo!
Mais um dia anoitecendo!!!
 
Marcos Milhazes***
 
 
 
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Aldir Blanc & Cristovão Bastos
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